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13 abril 2023

Um desencarne... Um retorno à consciência espiritual!

Caminhava, eu, pelas alas de recuperação do nosso Lar astral, observando o despertar, após deixada vida terrena, de alguns espíritos.

Estes, condicionados, parte a sentimentos físicos e parte ao acordar na Espiritualidade, após anos terrenos, passaram a conscientizarem-se de suas novas condições.

Novas em suas caminhadas dentre os ciclos reencarnatórios, habituais em suas histórias passadas como encarnados ou não.

Ao que me chamou a atenção energética de um homem de meia idade a reconhecer-se como cumpridor de sua última passagem pelo mundo carnal.

Ao sentir-se liberto de toda densidade superada em sua recente consciência, amargou-se interiormente por toda sua trajetória esquecida no físico.

Passei minhas mãos por sua cabeça que, ainda deitado nas macas Espirituais em recuperação de si mesmo, falou-me.

"Tive uma vida medíocre..."

Permitiu, assim, algumas lágrimas escorreu-lhe pelo canto dos olhos. Ao que prosseguiu...

"... muitos tiveram muito, e eu não conseguia admitir que eu não havia conquistado qualquer coisa que fosse. Porque eu tinha uma vontade muito grande em ter as coisas, um belo salário que pudesse me dar a possibilidade de conhecer mundo afora, um belo carro e belas roupas. Sentia-me preso em minhas próprias dificuldades e falta de condições terrenas de realizar meus sonhos. Olhava outros que passavam por mim, e muito mais tinham. Até mesmo suas satisfações e seus sorrisos eram mais que os meus. Meu coração vivia amargurado entre meus dias, e me faltavam forças para seguir, pois o próprio mundo não me ajudava. Senti-o contra mim, e por diversas vezes insistia, eu, em coisas que eu sabia que jamais teria. Mas, eu apenas as desejava ter, assim como muitos tinham.

Minha tristeza naquele plano aprofundou-se quando percebi que eu não poderia suprir os sonhos do meu grande amor, quem eu considerava ser minha alma gêmea. E, entregue ao desânimo total em tudo que se referia às conquistas carnais, deparei-me, mesmo sem buscar, com um padre.

Estava eu andando pelas ruas, num dia normal de trabalho, desolado e reflexivo de minha própria existência em físico, ao observa-lo subindo os pequenos degraus de uma igreja próximo de onde eu habitava.

Decidi acompanha-lo e, já dentro do seu templo, chamei-o, ao que ele se voltou para trás e em seu olhar me recepcionou.

Senti ser o último instante de minha vida, e em incontrolável choro, ajoelhei-me à sua frente.

Ele, aproximando-se e me dirigindo até um banco onde os fiéis seguia-lhe suas liturgias, sentei-me confortado por aquela santidade.

Ao acalmar-me, sem mesmo que eu tivesse lhe explicado toda minha tristeza, consolou-me o coração...

"Os sentimentos terrenos sempre serão motivos de alegrias e tristezas. Uns tem mais que outros. Porém, isso tudo permanece nesse mundo, não faz parte das jornadas Espirituais, que são os Verdadeiros caminhos de cada um"

Pegando em minhas mãos, ouviu-me o desabafo...

"Olho minha casa, minhas coisas, apesar de agradecido, não a acho bonita. Não tenho os móveis mais modernos e não possuo quadros nas paredes. Minhas roupas não são as mais atuais. Até mesmo minha aparência me deixa desconsolado. Frequentei festas familiares e outras de amigos, e sempre sentia-me inferior a todos E, talvez eu nem me importe com tudo isso. Mas, quando olho o que outros possuem, sinto-me incapaz de qualquer coisa. Não pelo material, mas por sonhar em ter e nunca ter tido."

O pregador, seguindo seus conselhos ...

"Filho. O que tens é teu. Se achas que teu lar é menos que o do outro, aromatize-o, dê-lhe flores para que se torne alegre e pregue alguns quadros. A ti, corta teus cabelos, vista-se com tua melhor roupa, perfuma-te, a saia ao mundo. Mude a ti e teu ambiente."

Após muito tempo, um sorriso abriu-se em meu rosto, por suas palavras e muito mais pela energia que me envolveu.

Segui os conselhos daquele padre. Dali, daquela igreja, fui cortar meus cabelos. Cheguei em minha casa, tomei um banho e me perfumei, e sai pelas ruas a caminhar novamente.

Fiz como ele havia me falado, e em poucos dias, minha casa estava perfumada e aromatizada.

Seguia minha vida, mas ainda não sentia alegria por não ter outras conquistas. Haviam vários países em meu desejo de conhece-los, e ainda não podia dar o que minha alma gêmea merecia.

Mas, o tempo passou e, mesmo sem perceber, minha vida terrena terminou e estou aqui abrindo meus olhos aos poucos. Vejo tu a me olhar com um amor fraternal que jamais tive em minha vida física. Um amor que supre qualquer desejo que eu tinha em minha vida terrena. Porém, ainda sinto-me envolto pela mediocridade que eu mesmo me coloquei."

Eu, Agnaldo, após me retirar dali, direcionei-me à capela Espiritual a emanar preces e consciência aquele irmão.

Dias após seu completo despertar, foi-me pedido e autorizado pelos nossos Superiores, ir até aquele irmão a lhe convidar para um passeio astral.

Ao nosso encontro, notei seu sorriso satisfeito em estar no mundo Iluminado, livre do mundo material.

"Estou aliviado de não estar no mundo físico. Aqui todos são iguais. E tudo é de todos. Descobri que não ter nada ou ter tudo, aqui não tem valor algum, porque simplesmente somos nós mesmos, e aceitos desta maneira." - disse ele ao iniciarmos nossa caminhada.

Sugeri para que ele escolhesse três situações do mundo físico que lhe deixava ao sentimento de medíocre, como ele mesmo dizia.

Imediatamente, disse algumas pessoas que, sempre após estarem reunidos, retornava ao seu lar no sentimento de inferioridade.

Disse eu: "Escolha um".

Ele, após buscar em suas lembranças, disse-me o nome de um encarnado.

Aproximou-se, neste instante, dois irmãos protetores. Eu, lhe causando surpresa, disse-lhe...

"Vamos até ele..."

Seus olhos arregalaram-se em inesperado acontecimento, e logo dirigimo-nos ao mundo físico.

Aproximamo-nos de quem ele havia sugerido. Era um homem de posses e luxúrias, que fez parte de sua família terrena. A densidade astral o fez sentir certo enjoo ao chegarmos no lar daquele encarnado. Ao que fomos limpos de imediatos pelos protetores que nos acompanhavam.

Ultrapassamos denso astral a encontrarmos com o encarnado provando sua bebida sentado em seu lar. Sem que nos notassem, uns dois ou três espíritos perdidos, lhe sugavam o corpo astral.

Disse eu...

"Olhe o arredor deste filho. O escuro do astral em que vive. Seus valores são mundanos e seus pensamentos estão em seus bens. Coloquei, com autorização, uma tela espiritual a frente do nosso irmãozinho. Nela, correram rapidamente em sua mente, cenas de outras vidas e a condição espiritual daquele que cultuava suas conquistas. "

Ele, espantosamente, me disse...

"Toda a energia da sua vaidade, sua entrega material lhe proporciona toda densidade e sujeira Astral. Irás ao vale dos sofrimentos em seu desencarne".

Nosso irmão, clareado em sua consciência ampla, viu a verdade daquele rico homem encarnado e seus valores aos bens materiais, e seu trajeto no mundo maior por possuir tais sentimentos.

Dali, deixei-o pensar em alguma situação que lhe fazia ter a "medíocre" pessoal como sentimento.

Ele, imediatamente, mostrara seu desejo de conhecer países. Sua condição terrena não o permitiu realizar seu sonho.

Nós, levitando em retorno a espiritualidade, fomos até uma sala com telas Espirituais de suas vidas anteriores. Ele, incrédulo, relembrou que viveu em outros países em suas passadas vidas terrenas. Por isso, possuía esse sonho. Emocionou-se, como a estar de volta ao seu lar em algum lugar passado.

Sugeri-lhe a terceira escolha, ao que me disse.

"Orgulho-me de ser quem eu era. Não precisava da luxúria, das caras bebidas, e dos mais atraentes automóveis. Das mais combinadas roupas, nem mesmo uma mansão para morar. Não precisava conhecer o mundo, porque eu mesmo já conhecia, em espírito, muito mais que muitos outros.

Hoje, aceito que jamais fui medíocre, e que toda condição que eu tinha, foi o necessário para que eu não passasse pelo vale dos sofrimentos. Que eu estava onde tinha que estar, e era apenas aquilo que eu tinha que eu precisava para viver, porque, além das conquistas físicas permanecer no físico, uma energia é gerada por nós mesmos que nos atrai a outros com a mesma sintonia, no Mundo da Verdade. Sinto-me leve e realizado, porém tenho que sentir isso no físico."

Ele estava certo, teria de retornar ao físico, em nova vida, e superar todo seu desejo carnal, numa nova existência. Porém, sua consciência espiritual seria de amplitude por sua nova condição. E, seus valores carnais não permitiriam mais que ele sentisse ser medíocre.

Filhos,

Digo-vos, apenas, que cada um possui exatamente o que possui. Cada um conquista aquilo que cada merecimento lhe proporciona. E, muitas vezes, grandes conquistas pode estragar a caminhada espiritual de um ser encarnado. Agradeçam por tudo que tens, é o necessário para cumprirem suas jornadas no plano físico.

Sejas humilde por toda tua vida!

Psicografado pelo Médium Cláudio Delbiagi

Pelo Espírito de Agnaldo Silveira

12/04/2023

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Colônia Fraternal Bom Jesus
Centro Espírita no Ipiranga - SP
Você é nosso convidado. Venha conhecer!

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