Caminhava,
eu, pelas alas de recuperação do nosso Lar astral, observando o despertar, após
deixada vida terrena, de alguns espíritos.
Estes,
condicionados, parte a sentimentos físicos e parte ao acordar na
Espiritualidade, após anos terrenos, passaram a conscientizarem-se de suas
novas condições.
Novas
em suas caminhadas dentre os ciclos reencarnatórios, habituais em suas
histórias passadas como encarnados ou não.
Ao
que me chamou a atenção energética de um homem de meia idade a reconhecer-se
como cumpridor de sua última passagem pelo mundo carnal.
Ao
sentir-se liberto de toda densidade superada em sua recente consciência,
amargou-se interiormente por toda sua trajetória esquecida no físico.
Passei
minhas mãos por sua cabeça que, ainda deitado nas macas Espirituais em
recuperação de si mesmo, falou-me.
"Tive
uma vida medíocre..."
Permitiu,
assim, algumas lágrimas escorreu-lhe pelo canto dos olhos. Ao que prosseguiu...
"...
muitos tiveram muito, e eu não conseguia admitir que eu não havia conquistado
qualquer coisa que fosse. Porque eu tinha uma vontade muito grande em ter as
coisas, um belo salário que pudesse me dar a possibilidade de conhecer mundo
afora, um belo carro e belas roupas. Sentia-me preso em minhas próprias
dificuldades e falta de condições terrenas de realizar meus sonhos. Olhava
outros que passavam por mim, e muito mais tinham. Até mesmo suas satisfações e
seus sorrisos eram mais que os meus. Meu coração vivia amargurado entre meus
dias, e me faltavam forças para seguir, pois o próprio mundo não me ajudava.
Senti-o contra mim, e por diversas vezes insistia, eu, em coisas que eu sabia
que jamais teria. Mas, eu apenas as desejava ter, assim como muitos tinham.
Minha
tristeza naquele plano aprofundou-se quando percebi que eu não poderia suprir
os sonhos do meu grande amor, quem eu considerava ser minha alma gêmea. E,
entregue ao desânimo total em tudo que se referia às conquistas carnais,
deparei-me, mesmo sem buscar, com um padre.
Estava
eu andando pelas ruas, num dia normal de trabalho, desolado e reflexivo de
minha própria existência em físico, ao observa-lo subindo os pequenos degraus
de uma igreja próximo de onde eu habitava.
Decidi
acompanha-lo e, já dentro do seu templo, chamei-o, ao que ele se voltou para
trás e em seu olhar me recepcionou.
Senti
ser o último instante de minha vida, e em incontrolável choro, ajoelhei-me à
sua frente.
Ele,
aproximando-se e me dirigindo até um banco onde os fiéis seguia-lhe suas
liturgias, sentei-me confortado por aquela santidade.
Ao
acalmar-me, sem mesmo que eu tivesse lhe explicado toda minha tristeza,
consolou-me o coração...
"Os
sentimentos terrenos sempre serão motivos de alegrias e tristezas. Uns tem mais
que outros. Porém, isso tudo permanece nesse mundo, não faz parte das jornadas
Espirituais, que são os Verdadeiros caminhos de cada um"
Pegando
em minhas mãos, ouviu-me o desabafo...
"Olho
minha casa, minhas coisas, apesar de agradecido, não a acho bonita. Não tenho
os móveis mais modernos e não possuo quadros nas paredes. Minhas roupas não são
as mais atuais. Até mesmo minha aparência me deixa desconsolado. Frequentei
festas familiares e outras de amigos, e sempre sentia-me inferior a todos E,
talvez eu nem me importe com tudo isso. Mas, quando olho o que outros possuem,
sinto-me incapaz de qualquer coisa. Não pelo material, mas por sonhar em ter e
nunca ter tido."
O
pregador, seguindo seus conselhos ...
"Filho.
O que tens é teu. Se achas que teu lar é menos que o do outro, aromatize-o,
dê-lhe flores para que se torne alegre e pregue alguns quadros. A ti, corta
teus cabelos, vista-se com tua melhor roupa, perfuma-te, a saia ao mundo. Mude
a ti e teu ambiente."
Após
muito tempo, um sorriso abriu-se em meu rosto, por suas palavras e muito mais
pela energia que me envolveu.
Segui
os conselhos daquele padre. Dali, daquela igreja, fui cortar meus cabelos.
Cheguei em minha casa, tomei um banho e me perfumei, e sai pelas ruas a
caminhar novamente.
Fiz
como ele havia me falado, e em poucos dias, minha casa estava perfumada e aromatizada.
Seguia
minha vida, mas ainda não sentia alegria por não ter outras conquistas. Haviam
vários países em meu desejo de conhece-los, e ainda não podia dar o que minha
alma gêmea merecia.
Mas,
o tempo passou e, mesmo sem perceber, minha vida terrena terminou e estou aqui
abrindo meus olhos aos poucos. Vejo tu a me olhar com um amor fraternal que
jamais tive em minha vida física. Um amor que supre qualquer desejo que eu
tinha em minha vida terrena. Porém, ainda sinto-me envolto pela mediocridade
que eu mesmo me coloquei."
Eu,
Agnaldo, após me retirar dali, direcionei-me à capela Espiritual a emanar
preces e consciência aquele irmão.
Dias
após seu completo despertar, foi-me pedido e autorizado pelos nossos
Superiores, ir até aquele irmão a lhe convidar para um passeio astral.
Ao
nosso encontro, notei seu sorriso satisfeito em estar no mundo Iluminado, livre
do mundo material.
"Estou
aliviado de não estar no mundo físico. Aqui todos são iguais. E tudo é de
todos. Descobri que não ter nada ou ter tudo, aqui não tem valor algum, porque
simplesmente somos nós mesmos, e aceitos desta maneira." - disse ele ao
iniciarmos nossa caminhada.
Sugeri
para que ele escolhesse três situações do mundo físico que lhe deixava ao
sentimento de medíocre, como ele mesmo dizia.
Imediatamente,
disse algumas pessoas que, sempre após estarem reunidos, retornava ao seu lar
no sentimento de inferioridade.
Disse
eu: "Escolha um".
Ele,
após buscar em suas lembranças, disse-me o nome de um encarnado.
Aproximou-se,
neste instante, dois irmãos protetores. Eu, lhe causando surpresa, disse-lhe...
"Vamos
até ele..."
Seus
olhos arregalaram-se em inesperado acontecimento, e logo dirigimo-nos ao mundo
físico.
Aproximamo-nos
de quem ele havia sugerido. Era um homem de posses e luxúrias, que fez parte de
sua família terrena. A densidade astral o fez sentir certo enjoo ao chegarmos
no lar daquele encarnado. Ao que fomos limpos de imediatos pelos protetores que
nos acompanhavam.
Ultrapassamos
denso astral a encontrarmos com o encarnado provando sua bebida sentado em seu
lar. Sem que nos notassem, uns dois ou três espíritos perdidos, lhe sugavam o
corpo astral.
Disse
eu...
"Olhe
o arredor deste filho. O escuro do astral em que vive. Seus valores são
mundanos e seus pensamentos estão em seus bens. Coloquei, com autorização, uma
tela espiritual a frente do nosso irmãozinho. Nela, correram rapidamente em sua
mente, cenas de outras vidas e a condição espiritual daquele que cultuava suas
conquistas. "
Ele,
espantosamente, me disse...
"Toda
a energia da sua vaidade, sua entrega material lhe proporciona toda densidade e
sujeira Astral. Irás ao vale dos sofrimentos em seu desencarne".
Nosso
irmão, clareado em sua consciência ampla, viu a verdade daquele rico homem
encarnado e seus valores aos bens materiais, e seu trajeto no mundo maior por
possuir tais sentimentos.
Dali,
deixei-o pensar em alguma situação que lhe fazia ter a "medíocre"
pessoal como sentimento.
Ele,
imediatamente, mostrara seu desejo de conhecer países. Sua condição terrena não
o permitiu realizar seu sonho.
Nós,
levitando em retorno a espiritualidade, fomos até uma sala com telas
Espirituais de suas vidas anteriores. Ele, incrédulo, relembrou que viveu em
outros países em suas passadas vidas terrenas. Por isso, possuía esse sonho.
Emocionou-se, como a estar de volta ao seu lar em algum lugar passado.
Sugeri-lhe
a terceira escolha, ao que me disse.
"Orgulho-me
de ser quem eu era. Não precisava da luxúria, das caras bebidas, e dos mais
atraentes automóveis. Das mais combinadas roupas, nem mesmo uma mansão para
morar. Não precisava conhecer o mundo, porque eu mesmo já conhecia, em
espírito, muito mais que muitos outros.
Hoje,
aceito que jamais fui medíocre, e que toda condição que eu tinha, foi o
necessário para que eu não passasse pelo vale dos sofrimentos. Que eu estava
onde tinha que estar, e era apenas aquilo que eu tinha que eu precisava para
viver, porque, além das conquistas físicas permanecer no físico, uma energia é
gerada por nós mesmos que nos atrai a outros com a mesma sintonia, no Mundo da
Verdade. Sinto-me leve e realizado, porém tenho que sentir isso no
físico."
Ele
estava certo, teria de retornar ao físico, em nova vida, e superar todo seu
desejo carnal, numa nova existência. Porém, sua consciência espiritual seria de
amplitude por sua nova condição. E, seus valores carnais não permitiriam mais
que ele sentisse ser medíocre.
Filhos,
Digo-vos,
apenas, que cada um possui exatamente o que possui. Cada um conquista aquilo
que cada merecimento lhe proporciona. E, muitas vezes, grandes conquistas pode
estragar a caminhada espiritual de um ser encarnado. Agradeçam por tudo que
tens, é o necessário para cumprirem suas jornadas no plano físico.
Sejas
humilde por toda tua vida!
Psicografado
pelo Médium Cláudio Delbiagi
Pelo
Espírito de Agnaldo Silveira
12/04/2023
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Colônia Fraternal Bom JesusCentro Espírita no Ipiranga - SP
Você é nosso convidado. Venha conhecer!
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