Enquanto o plano
físico despertava e adormecia velozmente em seu próprio tempo, no mundo Astral
retornavam espíritos em seus ciclos reencarnatórios.
Suas etapas de
aceitação lhes davam consciências pós desencarnes. É um despertar lento e
muitas vezes doloroso em seus apreços. O não caminhar pela vida carnal por
rumos que cada um mesmo escolheu antes de ir a ele, em sua volta à
espiritualidade, a ciência desse erro vêm à tona em cada um.
Ao que eu me dirigia
à ala dos recém-chegados, deparei-me com um irmãozinho que há muito havia se
'desenlaçado' do seu veículo carnal.
Sua necessidade em
desadormecer em espírito, adiantou-lhe, em merecimento, a consciência exata que
necessitava para sua sequência evolutiva.
Ainda envolvido com
os reconhecimentos de sua própria história deixada em sua última passagem,
ciente dos seus atos, arrependido e amargurado em não honrar com seus votos,
aproximou-se assim que lhe dirigi o olhar.
Em sua confusão
emocional, pediu-me a palavra.
"Irmão..."
- disse ele cabisbaixo - "... errei em meus passos no mundo carnal."
Seus olhos
encheram-se de lágrimas, ao que lhe coloquei minha mão sobre sua cabeça e, em
luz azul, tranquilizei suas emoções.
Ele, recompondo-se,
olhou-me como a estar preparado em ouvir qualquer palavra que lhe confortasse o
coração.
Eu lhe disse:
"Fale tu...
pois todos erram e acertam a todos os instantes."
Ele, sentando-se em
uma poltrona a me acompanhar, pronunciou-se:
"Amargo é o ser
que, missionário em físico, mesmo envolto ao véu do esquecimento, não honra com
suas missões. A bem verdade é que, mesmo às ignorando em entrega ao mundo
físico, todos, sem exceção, chegam às suas missões em conhecimento. Eu, um
missionário que, antes de ir ao mundo das perdições, era ciente daquilo que
deveria fazer, permiti que os sonhos carnais se colocassem acima das minhas
responsabilidades espirituais.
Foi-me orientado, em
palavras, os feitos prometidos por mim mesmo e, eu, sempre valorizando meus
desejos terrenos, jogava a frente da minha vida o verdadeiro sentindo de ter
ido ao mundo carnal. Julgava sempre haver tempo com aquilo que deveria honrar,
mas o tempo real é o tempo total de uma vida encarnado, não apenas o tempo que
eu havia definido em minha razão. Assim, deixei muito para trás do que deveria
ter feito, enquanto em minha estada corpórea dei atenção mais ao que a matéria
me proporcionava em relação a tudo que me diziam. Eu era um missionário
encarnado que ajudava muitas pessoas, ao modo encarnado, e não como espírito
encarnado em missão.
Muitas vezes, eu era
ciente dos meus atos, porém, ignorando muitos conselhos de pessoas dedicadas às
suas missões que eu convivia, preferia seguir minhas regras julgando-as adequadas.
Fugia de mim mesmo, enganando-me, mas equilibrando minha vida física com a
espíritual. Esse equilíbrio definido por mim, não era o equilíbrio igual do
mundo da espiritualidade. Mas eu seguia e ignorava conselhos espirituais em
troca de realizações pessoais.
Atrasei-me. E,
jamais conclui em meus pensamentos que, em minha própria energia criada eles
seguiam minhas regras.
Atrasei-me... o que
muitos acreditam não fazer sentido.
Atrasei-me, e muitos
seguiram suas evoluções, abrindo mão de muitos desejos físicos pela própria
consciência que adquiriram. E, minha consciência não tão distante da deles,
optava em meu livre arbítrio à preferência carnal.
Eu era missionário,
agora deixei de ser por esse atraso que conquistei. Terei que retornar e
resgatar o apego material que não me desvencilhei por colocar as ilusões
físicas antes da minha missão.
Foi-me confiada essa
tarefa, e eu apenas falhei. Porque quando falhamos com nós mesmos, falhamos com
outros espíritos encarnados, porque tudo é uma engrenagem. E, nessa engrenagem,
eu não fiz minha parte.
Agora, afasto-me
daqueles que seguiram suas missões. Coloco-me longe daqueles que abriram mão
dos seus desejos em troca dessas missões. Eles aceitaram, e eu pensava ter
aceitado. E, nada, absolutamente nenhuma situação me faria fazer pensar o
contrário.
Desperdicei-me em
físico, porque todo o tempo encarnado é tempo de missão.
Eu era um
missionário que segui meus próprios sonhos, concluindo dentro de mim que sempre
haveria tempo.
Eu possuía três
décadas físicas de vida quando me trouxeram de volta. E, nessa vida que deixei,
pensava que estaria nela mais que o dobro de minha partida.
Deixei sempre à
frente minhas obrigações, e retornei ao astral não as cumprindo, ao que sempre
pensava: "depois disso eu cumpro", e nunca o fiz.
Afasto-me, agora,
por minha própria consciência.
Meus companheiros de
luta espiritual seguem suas jornadas e eu desvio-me à outra estrada espiritual.
Separo-me de irmãos
que amo e sou amado apenas por preferir ter vivido momentos carnais, que eram
minha superação.
Me entreguei a esses
momentos, incrédulo de que eu me atrasaria.
Amargo meu próprio caminho que criei em meus atos porque meu verdadeiro caminho estava ao meu lado o tempo todo. Uma amargura que não vale à pena. E, que o Mundo Carnal mostra que vale. Porque a ilusão dos desejos físicos não se dissolve nunca."
Meu querido e
arrependido irmãozinho, cessou seu desabafo e curvou sua cabeça, com todo seu
conhecimento espiritual havia se desviado no físico, por pequenos instantes
carnais em troca de sua missão.
Cientificava-se de
que retornaria ao mundo corpóreo para se desvencilhar daquilo que ele mesmo
criara dentro de si.
Desligava-se
energeticamente da sua família espírita, o que lhe dava lágrimas de remorso.
Havia optado pela
matéria, mesmo em missão, e isso é indesejado ao espírito missionário.
Desmembrava-se de
sua família espírita por suas próprias escolhas enquanto encarnado, e nunca
decidiu enxergar que isso poderia acontecer.
Meu coração
partiu-se, porém, compreendeu que ele retornaria à energias de vidas passadas
em sua própria necessidade de aprendizado, atrasando-se evolucionalmente.
Dali, já consciente
desse atraso conquistado, retirou-se levado por dois irmãos de Luz a
despedir-se dos mesmos missionários que lhe conviveram a vida carnal. Uns, em
desdobramento através do sono por ainda estarem no físico, alguns já em
realidade espiritual.
Ao encontro de
todos, uma despedida desesperadora para ele. Uma separação que ele mesmo
precisava para se corrigir. Retornaria ao físico em outra condição. Energias
separadas que, vidas à frente, poderia se juntar novamente, em indefinido
tempo, a todos.
Uma angústia
desigual, levando-o cabisbaixo à sua nova condição.
Filhos,
precisamente, trago-vos esta realidade espiritual, pois muitos conquistam esta
situação pelas decisões terrenas.
Missionários que
perdem suas missões pelo apego de suas vontades físicas.
Quantas vezes é
necessário o ser encarnado ouvir para perceber a Verdade?
Quantas vezes é
necessário o ser encarnado ouvir que está tomando atitudes erradas?
Quantas vezes é
preciso dizer que o mundo físico é o que vai tirar cada um do seu verdadeiro
caminho?
Quem não se
transforma, é porque não deseja se transformar, deseja apenas o carnal.
O caminho é justo
para todos.
Há tempos disse-vos:
"perder é ganhar", e muitos ainda não entenderam.
Sejas humilde por
toda tua vida!
Psicografado pelo
médium Cláudio Delbiagi
Pelo Espírito de
Agnaldo Silveira
07/06/2023
..................................................................................................................................................................Colônia Fraternal Bom Jesus
Centro Espírita no Ipiranga - SP
Você é nosso convidado. Venha conhecer!
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