PERGUNTA 04: COMO É FEITA A ESCOLHA DOS RESGATES QUE O ESPÍRITO VAI PASSAR?
Contarei uma história. Trago um irmão da nossa casa espiritual. Hoje, com grande elevação a lhes narrar vossa experimentação.
“Lembro-me que estava prestes a realizar a maior viagem da minha vida física. Era o ano de 1994, e todos já estavam prontos para o embarque.
Eu tinha muito dinheiro e todo ano levava minha família para passeios no exterior. Comprava-lhes o de melhor e comíamos as melhores refeições por onde passávamos.
O local escolhido havia sido a África do Sul, já que grandes metrópoles nobres já havíamos conhecido. Decidimos, a meu contra gosto, conhecer um país emergente. O que não me agradava, pois eu sempre desejei o luxo. A meu contra gosto, fora vencido por minha esposa e filhos.
Tínhamos um casal, Gabriela e Marcos. Esses eram seus nomes físicos. Eu, Everaldo, e minha querida Nair.
Enfim, pisávamos num dos mais pobres solos do planeta, segundo meus pensamentos.
Logo, nos dirigimos ao hotel localizado em Joanesburgo. Estávamos famintos e logo nos dirigimos a um restaurante.
Em meu interior, permitia que o preconceito racial me deixasse menos a vontade, enquanto todos, em suas simplicidades, conversavam, riam, e escolhiam suas comidas.
Discretamente, debochei entre meus familiares do garçom que nos atendia.
Eu possuía sentimentos incontroláveis de superioridade, seguidas de sensações financeiras que me colocavam acima dos moradores daquelas terras.
Um senhor de pele negra, cabelos brancos, e um sorriso que me causou inveja, nos atendia amorosamente, enquanto eu, em meu íntimo, ria-lhe a vida humilde que o mundo lhe proporcionara.
Após nos alimentar, o velho senhor nos trouxe o tíquete de pagamento. Dei a ele mais da metade do valor em uma “gorjeta”. Ao que ele virou suas palavras a mim.
“Senhor, não posso aceitar essa quantia. Já sou pago pelo meu trabalho”
Em minha consciência refletida em palavras, lhe respondi:
“Isso deve ser o seu salário todo”
Ele, retirando-se sem dizer uma palavra sequer, colocou o dinheiro numa “caixinha” a ser dividido entre seus companheiros de jornada.
Dali, nos retiramos e iniciamos nossa viagem.
Foram belos passeios, muitas comidas e, ignorantemente, mais atitudes inescrupulosas de minha parte.
Assim, realizamos o trajeto de volta ao nosso país.
Dias depois, fui acometido por forte dor no peito, onde meu espírito desenlaçou-se do meu corpo físico.
Por dias, via que meus filhos e minha querida Nair, choravam minha perda. Porém, eu, aos seus lados lhes dizia:
“O que passa, estou aqui”
Eles, não me ouviam e um certo desespero foi dominando lentamente.
Naquela consciência, dias após o ocorrido, tudo foi escurecendo a minha frente, até que me deparei com um imenso lago escuro. Era um lado de lama, onde muitos rastejavam, gritavam. Sofriam algo que eu não conseguia compreender.
Em meu desespero tentando encontrar o caminho para minha casa, não percebia o tempo que me encontrava naquela situação.
Pareciam ser uns 10 dias, até que de repente, uma imensa Luz me ofusca a visão.
Numa tentativa de me proteger daquela claridade em meio ao negrume da região, notei a presença de alguém, acompanhado de mais alguns ao seu lado, me dirige suas palavras:
“Meu querido irmão em Deus” – disse-me, esticando suas mãos – “Venho retirar-te do teu sofrimento, caso desejes
Sem mesmo pensar, estiquei lhe minhas mãos, tomando-lhe suas palmas salvadoras.
Ao notar, eram mãos escurar, o que me fez confundir em mente com a lama que eu me encontrava.
Subi meu olhar, e deparei-me com aquele Senhor a quem eu havia menosprezado a existência em terras africanas.
Ante a qualquer pensamento meu, ele retirou-me dali e, num sono profundo, conduziu-me ao mundo espiritual.
Sem noção do tempo, despertei ao estar deitado entre muitas outras camas, numa sala toda branca. Muitas enfermeiras, ao que me pareciam ser, caminhavam entre todos. Até que uma, amavelmente, aproximou-se e disse a mim:
“Sejas bem-vindo ao teu Lar”
Imediatamente, veio-me a lembrança da minha família, o que me levou a um desespero acalmado pelas mãos daquela doce mulher.
Em nova sonolência, despertei-me após dias, ainda não tendo noção do tempo, com aquele senhor negro, amável, todo de branco a me sorrir afetuosamente.
Dirigiu-me a uma sala, com a ser um cinema, onde foi-me permitido ver todas as atrocidades morais realizadas por mim em minha vida.
Foi, ali, mais de uma década desde aquela viagem, que descobri não fazer mais parte do mundo dos encarnados.
Com o passar dos dias, se assim posso dizer, ia-me envergonhando de minhas ações, e tempo depois percebi que seria apenas num corpo físico que eu poderia me redimir de tudo aquilo que eu havia sido no passado.
Fui a uma espécie de escola, onde estou ate hoje, e toda minha futura vida foi decidida por mim mesmo, onde minha própria consciência, em espíritos que somos, me levou a sabedoria em decidir meu novo caminho.
Queridos, a perfeição da espiritualidade não é compreendida neste plano físico. Pois, aqui, neste plano, pensamos ser mais que os outros.
Pensamos ser mais, por possuirmos mais bem terrenos.
No mundo da verdade, isso de nada vale, e o amor no coração em sua simplicidade, é o mais valioso que qualquer dote material. A evolução daquele singelo senhor negro, o colocou naquelas terras a viver seus resgates, humildemente. Nada teve como eu tive. Porém, na verdadeira casa, a espiritualidade, ele era muito mais rico que eu.
Não somos mais que ninguém neste plano terreno. Não tens mais que qualquer outra pessoa ao teu lado, simplesmente por possuir algo a mais.
Nossa consciência é nosso grande desafio nos dois planos.
Logo, percebi, que amor ao próximo deveria ter sido diário. E, senão bastasse eu andar em consciência física errada, ensinei esse “errado” aos meus filhos.
Ainda os espero aqui de volta para ter-lhes o perdão.
Um perdão que peço diariamente ao Cordeiro por ter pensado que eu era mais que muitos no físico.
Não sei se terei, mas rogo nova oportunidade em corpo carnal para que eu possa me redimir de toda minha arrogância que me acompanhou na vida física.
Por isso, meus irmãozinhos queridos, deixo-vos o aprendizado para que vos coloquem em prática em vossos dias aqui, e não desperdicem esse tempo, que nunca se sabe o quanto ele dura.
“Amam-se entre vos. Sois iguais. E, digo com toda certeza, sois iguais todos os vossos dias.
Mesmo nas mais altas esferas, todos são iguais entre si”
Vivam na alegria e não na soberba.
Ter mais, é apenas uma condição. Mas essa condição encerra-se ao voltarmos para o verdadeiro Lar.
E, a continuidade da vida, da nossa história reencarnatória, recomeça tudo de novo, no ponto de onde merecemos.
E, o ardor de minha consciência, entristece-me o coração, pois meus atos são sentidos apenas por mim.
Desta forma, deixo-vos o conselho do Maior de todos...
“Amam-se como irmãos que são”
Psicografado por Cláudio Delbiagi
Pelo espírito de AGNALDO SILVEIRA
21/11/2020
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Colônia Fraternal Bom JesusCentro Espírita no Ipiranga - SP
Você é nosso convidado. Venha conhecer!
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