Dirigi-me, após algum tempo, ao vale dos sofrimentos.
Este lugar, aqui na espiritualidade, de grande respeito e
sabedoria, pois ali é onde aprofundam-se as transformações pessoais, muitos,
muitas vezes em respeito aos que lá estão, não atentam-se em ir. Mesmo porquê,
precisa-se de uma proteção diferenciada. Aproveitei-me da missão de outros
irmãos Iluminados, e os acompanhei em descida astral ao submundo atrasado, onde
muitos corriam de nossa Luz.
Energias contrárias, porém, inconscientes da verdade.
Pobres espíritos habitantes daquela região, muitas vezes nem
mesmo sabem qual motivo lhes permitiu estar ali.
A inconsciência de suas chegadas ali, é ligada diretamente
do mundo material e seus desencarnes, prontamente adeptos ao sofrimento ou
desvios reencarnatórios.
Ao que nos aproximamos de um irmão, consciente dos seus atos
que o levaram até ali. Não arrependido dos seus erros, o levando até mesmo à
certa arrogância, porém consciente do seu merecimento em estar ali.
Encostado próximo à uma pedra, apoiando seus pés contra ela,
ajeitou seu chapéu e nos olhou de baixo para cima.
Nós, apenas o observando em nosso amor à sua pobre condição,
ouvimos algumas palavras saírem de sua boca, à nos fazer compreender sua
postura.
"Sejam bem-vindos ao meu lar. Sei que olham ao lado e
só vêem sofrimento..." - apontou com sua mão todo arredor - "...porém,
eu sinto-me merecedor em estar aqui. Fiz por estar aqui. Quando reencarnei pela
última vez, eu tinha uma consciência até elevada sobre o significado da vida
carnal. Mas, meus visitantes, eu me dediquei aos meus gostos pessoais, e sai da
minha missão. Não me arrependo, pois vivi a vida terrena da melhor forma
possível. Me desviei do meu caminho, mas e daí? Desencarnei e vim para esse
lugar, esse é meu merecimento. Depois, evoluo e chego onde vocês estão. Pelo
menos vivenciei na matéria o que me deu vontade. Isso de evolução que vocês
tanto falam, uma hora eu retorno a ela. Tanto faz eu me atrasar ou não. Deus
perdoa. Não perdoa?"
Eu e meus irmãos nos entreolhamos, ao que prosseguiu aquele
espírito.
"Perdoa, sim. Deus é compassivo. Então, eu evoluir
agora ou depois, tanto faz, ao menos vivi a matéria"
Encerrou suas palavras e retirou-se de nossa presença
dizendo, soberbamente, que nos encontraria no Mundo da Luz.
Filhos,
Deus é compassivo, sim. Porém, justo.
A condição em consciência vivida por aquele espiritual
habitante do Vale dos sofrimentos, é proporcional em ele estar ali. Caso
contrário, estaria no Reino Iluminado do astral.
Sua forma de pensar é igualmente a muitos encarnados, muitos
desencarnados.
Sempre há, sim, tempo para a evolução espiritual.
Porém, o que muitos não possuem é a consciência de graus
elevados de espíritos.
O plano espiritual está em transformação pelo fim de Era que
ocorre em tempos atuais.
A certeza da compaixão Divina daquele irmão, não o leva a saber
que essa compaixão está ligada à sua própria condição.
Aos estudiosos, sabe-se que muitos não mais reencarnarão
juntos pelas suas próprias diferenças de consciência.
As oportunidades de transformação estão sendo dada justo à
essa nova etapa evolucional que se aproxima. E, ninguém é julgado pelo Criador
e, sim, por sua própria consciência.
Este filho, perdido, encontrava-se nesta condição descrita
cerca de uma década atrás.
Retornamos à sua energia, e o encontramos mais submerso no
vale dos sofrimentos, atualmente. Pois, ele tornou-se um estudo para todos nós.
Naquela época, já éramos ciente do final de Era. Hoje,
praticamente uma década após, o encontramos ajoelhado e enfraquecido no mesmo
submundo. E, enfraquecido em suas palavras, disse-nos:
"Porquê me abandonaram... amargo este lugar onde nem
mesmo oportunidade de reencarne eu tive. Perambulei pelo mundo físico e percebi
que muitos evoluíram. Muitos deixaram seus prazeres à evolução. Fiz ao
contrário esperando que minha própria sabedoria criada me levaria ao topo
evolucional. Mas não. Hoje vejo muitos se elevando e eu não encontro mais
forças para sair de onde estou. A energia do mundo carnal permaneceu em mim, e
sinto-me como um ferro a ser corroído pelo tempo. Porque a verdadeira ciência de
tudo, não se aproxima de mim pela minha soberba. Fiquei para trás pensando que
poderia compensar esse tempo.
Perdi-me.
Isolei-me em minha dissolvida sabedoria, porque ela nunca
existiu.
Atrasei-me, certo que adiantaria-me.
Porque nossas certezas em relação ao plano físico são tão
concretas que nunca percebemos nossos desvios.
Os valores ao que se vê, é muito mais prazeroso àquilo que
não se toca.
E, a evolução ela é abstrata, mas reflete no plano concreto.
Hoje, compreendo-me um pobre espírito que, em minha
arrogância, não soube ser humilde, nem mesmo em meu início pós desencarne.
Desejo a Luz, que eu nunca tive e sempre acreditei brilhar
por onde passava.
Desejo a Luz, que eu nunca tive e tinha a certeza que muitos
a buscavam em mim.
Não sou Luz, nunca fui, porque apenas tive o mundo material
em minhas mãos.
Não sou Luz, porque eu apenas tive dinheiro e um bom
emprego.
E, Luz e dinheiro e um bom emprego não caminham
harmoniosamente.
Porque Luz é desapego, resiliência... evolução.
E eu não fui Luz"
O silêncio tomou o falar daquele irmão que, consciente de
todos os seus atos enquanto encarnado, aceitou-se como um necessitado.
Entendeu as diferenças entre mundo material e a Luz
Universal.
Permaneceria um pouco mais naquela condição. As Leis
Cósmicas e do Supremos são perfeitas e, ele, ainda descobriria o perdão
pessoal.
Seja humilde por toda tua vida!
Psicografado pelo médium Cláudio Delbiagi
Pelo Espírito de Agnaldo Silveira
30/08/2023
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Colônia Fraternal Bom JesusCentro Espírita no Ipiranga - SP
Você é nosso convidado. Venha conhecer!
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