Refugiei-me
por estes dias aos cantos arborizados da minha estada em espírito.
Encontrei-me
com confortável sombra abaixo de verdes folhas a me ocultar em meus
pensamentos.
Memórias
que me submetiam a acontecimentos no mundo carnal, que escapavam de minha fé
que tanto dediquei em falsas esperanças despercebidas em meus sentidos.
Cerrei
meus olhos no curvar de minha cabeça a entender uma perdida compreensão nos
"porquês" do quanto um ser encarnado se desvia do seu rumo.
Entregue
ao meu aperto peitoral, mesmo em espírito, permiti uma lágrima turvar minha
visão, ao que confundiu-me certa aproximação aos passos ouvidos na relva que me
cercava.
Com
imensa dificuldade, levantei meu olhar ao que senti magnífica energia,
aproximando-se do meu grande Irmão em Luz, Dumas.
Ele,
carregando em sua face agradável sorriso, aconchegou-se ao meu lado,
confortando-me com sua sabedoria.
"Que
passas meu amado irmão?" - arriscou ele.
Eu,
submerso em minhas inconformidades oriundas de uma necessidade evolutiva,
aliviei-me em lhe pronunciar minhas aflitas palavras.
"Por
muito tenho caminhado entre vidas e vidas de quem dispenso meu grande amor. Fiz
viagens astrais em busca do desconhecido ao que me revelaram diversas
situações, muitas delas possuidoras de alegrias, satisfações, e outras de
grande luta de um exuberante espírito à conquistar sua elevação em árdua busca
evolutiva merecedora por sua essência.
Encantei-me
por essa metade espiritual, adquirindo sabedoria ao meu espírito por tudo
aquilo que ele representou no Mundo Espiritual.
Aprofundei-me
mais ainda, em meu merecimento, assistindo uma destemida luta por entre séculos
em busca de si mesmo. Eras se transformavam num físico crescente em perdições,
enquanto por entre alguns encarnes perfeitos, esse espírito jamais se submeteu
ao seu encantamento. Exemplifiquei-me em minha coragem de aprendizado, que um
amor transgrediria qualquer tempo carnal, numa superação de vitória e resgate
de si mesmo, em outra parte espiritual, de que o amor sempre venceria qualquer
maledicência desejada pela dança das vidas físicas.
Apeguei-me
a este amor incondicional e unitário, mesmo em sua divisão, ao que me trouxe de
volta a minha realidade de Espírito, e merecer o direito de perpetualizá-la
mesmo que a poucos no mundo terreno.
E,
assim, foi. Porém, hoje, deparei-me com o sentimento irreversível desse
espírito, que proporcionou a si mesmo, uma escolha incompatível com sua
verdade, ao olhar seu coração e vê-lo capacitado a desejar aquilo que não lhe
pertence e nunca lhe pertenceu ao longo de suas vidas.
Percebi,
como é amargo um espírito que se Iluminou ao longo de séculos, queimar sua
história em uma encarnação, assim como se queimam as infrutíferas plantações a
renascerem num distante futuro.
Meus
olhos lacrimejaram no amor de um companheiro espiritual, em meu regresso, onde
ambos retornamos desesperançoso ao nosso lar, cientes cada vez mais que a
densidade terrena engole em sua energia, qualquer um que fraqueje em sua
aceitação."
Estendi
minhas palmatórias aos céus, e meu querido ao meu lado, renovou-me o espírito.
"Meu
Mestre, porque somente assim posso te chamar, repare os céus que nos acolhe
abaixo do seu poder. Acima dele, habitam Seres de outras esferas que já nos
ensinaram uma crença irreversível a qualquer descrença que o mundo terreno nos
transmite. Um Mundo iluminado que nos ensinou que toda consciência encarnada ou
não, chegará ao seu início de uma magnífica transformação em abandono de seus
devaneios adquiridos ao longo dos seus dias, sejam carnais ou espirituais. Um
sublime estado de consciência oriundo da sua evolução ou dor desgastada pelo
desacreditado e ilusório passageiro mundo carnal.
Muitos
perdem-se em seus encontros físicos, e ao se acharem, mesmo que em seus tardios
sentimentos, lamentar-se-ão ao encontro de suas imperfeitas consciências com o
Plano da Verdade"
Um
certo silêncio nos envolveu enquanto eu observava um pássaro sobrevoar os céus
espiritual em sua liberdade como um 'serzinho' da nossa amável natureza.
Meu
amigo da Luz, olhou-me, como a sorrir, e dizendo-me suas palavras finais, mesmo
calado, deu-me a convicção maior que todo ser encarnado não
isenta-se
da sua Verdade. Ele apenas se atrasa em seu desperdício temporal em seu físico,
retornando aos ciclos reencarnatórios desnecessários por suas errôneas ilusões
deparadas em suas visitas à sua encarnação. Minha tristeza transformou-se em
esperança, difundindo-me em meu amor àquele sublime espírito que havia se
desviado da sua Verdade pela satisfação carnal, que ainda respirava o ar do
Globo físico, dando-me eterna esperança que meus certeiros pensamentos estavam
errados.
"A
beleza do Mundo Maior jamais é vista aos olhos físicos. Mas, sua grandiosidade
é sentida naqueles que confiam seus passos aos nossos conselhos".
Minha
alegria retornou na esperança, mesmo que ilusória ao físico, mas repleta de
compaixão e benevolência pelas Leis Universais. A justa Lei que,
inevitavelmente, qualquer espírito é posto à consciência, mesmo ainda em corpo
físico.
Dali,
nos retiramos sorrindo na consciência de que qualquer que seja o desvio
terreno, jamais é tarde para seu reencontro com seus Irmãos Verdadeiros.
Psicografado
pelo médium Cláudio Delbiagi
Pelo
Espírito de Agnaldo Silveira
Escrita em 07/06/2022, apresentada 05/06/2024
Colônia Fraternal Bom Jesus
Centro Espírita no Ipiranga - SP
Você é nosso convidado. Venha conhecer!
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