Após pedir permissão para se sentar, iniciou suas palavras:
"Trago a ti singelos agradecimentos por tantos ensinamentos dispensados. Eu estive em tuas palestras, recolhido em meu canto apenas a absorver teus fundamentos. Guardei o que pude, e na experiência me dada, fui merecedor em me cientificar de alguns momentos vividos por mim no físico. O que me trouxe algumas compreensões."
Eu lhe sorri, dizendo:
"Me felicito por ter lhe ajudado a consciência... "
Ao que ele prosseguiu:
"Meu maior receio era retornar para este plano. Ao que me lembro, estava eu deitado em uma cama de hospital. Sabia que eram meus últimos dias no mundo físico, pois eu havia chegado aos 93 anos de idade física. Não podia mais recuperar meu físico, e nem ao menos me lembro qual era minha enfermidade. E, mesmo que dali eu saísse, como o mundo me receberia? Apenas um idoso sem mais funções. Foi onde, mentalmente, entreguei-me a espiritualidade, e logo fui visitado por dois ou três irmãos, todos de branco.
Eu os reconheci, mesmo não os tendo em convivência naquela vida, mas eram irmãos espirituais que não encarnaram ao meu lado, e eu apenas os reconheci. Senti-me muito bem, e pude escutá-los perfeitamente. Ao que me disseram: "Artur", esse era meu nome - "... Podemos levá-lo para teu verdadeiro Lar, mas ainda lhe falta um pouco nesta vida".
Lhes disse: "Mas eu não me movo suficiente para estar vivo aqui".
Me responderam: "mas teu tempo ainda é de estar neste corpo. Mesmo que tua mente lhe apague as memórias, teu espírito observa teu encerrar nesta vida".
Eu, tentando enxergar o que poderia fazer, percebi que uma moça havia entrado em meu quarto, e me falava palavras que eu não compreendia. Essa moça, como eu a via, era minha companheira de mais 85 anos de idade. A quem, tive carmas e mal os resgatei por tanta soberba que possuía. Ela, carregada em mágoas e um amor desconfiado, pela própria vida terrena, ainda estava ali, a me acompanhar. Olhei ao outro lado, e os três irmãos ainda estavam ali. Me deixaram sair do corpo, junto com minha companheira, também em espírito, para conversarmos sem a consciência física interferindo em nossos sentimentos.
Ela, no físico, pegou no sono na poltrona ao lado de minha cama, e logo nós estávamos frente a frente no mundo Astral, com consciência ampla de nossas verdades. Disse, eu: "Perdoa-me o tanto que lhe faltei com o amor nesta vida. Olhei apenas meu desejos, e abandonei teu amor que era minha própria essência."
Disse-me ela: "O tempo não volta mais, e falha-me os pensamentos naquele corpo. Envelhecemos, e não resgatamos nossas faltas anteriores. Mas, vejo a beleza da compaixão divina em nos permitir aqui estar, nesta condição, para acertamos nossas diferenças".
"Sim" - disse eu - "Não conseguimos desta vez, porém peço-te permissão para na próxima vida terrena, eu voltar ao teu lado para podermos acertar nossas desigualdades". "Aceito. Isso me dará paz e força para encerrar esta passagem ao teu lado".
Ela retornou ao seu corpo, e eu permaneci na consciência astral. Eu havia ganho nova oportunidade de me redimir ao lado da minha companheira, mesmo que em próxima vida, ela havia me aceitado. Aquilo me deu forças para retornar ao corpo físico e encerrar meus dias da forma que fosse. Sai do hospital e por mais um tempo permaneci imóvel no físico. Encerramos nossos dias lado a lado, e logo fui levado ao mundo maior. Desencarnei a pouco tempo, fui levado ao hospital espiritual, assisti algumas palavras tuas e agora vou passar por um sono profundo. Ainda tive esse merecimento, pois se eu dormisse logo após meu desencane, meu espírito entraria em desespero. Agora, sigo em paz minha jornada, e sei que minha companheira logo estará comigo aqui na espiritualidade. Enquanto isso, ela cumpre seus últimos tempos no físico, e eu sigo aquilo que me foi dado por merecimento."
Eu, ainda ouvindo aquele senhor falar, vi muito amor em seu espírito. Vi todo seu arrependimento em não ter resgatado suas diferenças com sua companheira. Mas, vi também, o perdão entre ambos, que agora estavam dispostos a retornar ao físico, no futuro, para cumprir com suas missões. Assim são as vidas, uns cumprem suas tarefas, seja qual for. Evoluem, resgatam e dão passos a outras missões Espirituais. Outros, ficam presos nos ciclos reencarnatórios por seguirem seus desejos materiais, e nem percebem isso, pois isentos estavam de todo conhecimento adequado.
Por isso, a compaixão Divina, sempre dá novas oportunidades de transformação. Porém, seu estado pós passagem terrena está ligado ao que fizeste nesta vida. Uns, ainda estarão unidos, outros separados por suas próprias aceitações desta vida. Pois, não é somente aceitar se enganando. A aceitação perfeita é seguida pela mudança de vida baseada na vida espiritual.
Sejas humilde por toda tua vida,
AGNALDO SILVEIRA
Psicografado pelo médium Cláudio Delbiagi
Pelo Espírito de Agnaldo Silveira
12/3/2025
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Centro Espírita no Ipiranga - SP
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