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15 outubro 2025

A capacidade de alcançar o amor e o perdão através da essência espiritual

Caminhava, eu, pelo desconhecido. Não sabia ao certo se meu espírito havia retornado há tempos passados ou qualquer situação semelhante. Tentei me encontrar entre um povoado e outro. Tudo era igual ao de tempos atrás. Minha intuição me mostrava que meus sentimentos haviam regressado em dolorosas memórias, e meu tempo de existência era o mais atual possível.

Senti uma mistura de amor com medo. Sim, pela primeira vez em minha condição de espírito, experimentei o medo. Não era um temor de algo astral ou qualquer situação no mundo escuro, era um temor interno onde eu não encontrava nenhuma saída para meu sofrimento. E não era um sofrimento doloroso; era uma mistura de perda eterna com algo sem nenhuma solução.

Permaneci por entre aquelas vielas, tentando achar, no tempo das existências, alguma forma de poder voltar mais ainda naquele tempo. E, cada vez que eu queria retornar na história, meus sentidos me colocavam à frente, num futuro vazio.

Avistei uma pequena igrejinha e, ao entrar nela, sentei-me no primeiro banco que vi. Seu aspecto lembrava-me Jerusalém, onde a conheci apenas em espírito. Ali, estava eu também em espírito; porém, ouvi o cântico de três formosas freiras entoando suas preces em forma de coral, e ao fundo um órgão lhes dava o tom.

Lembrei-me de alguns cânticos gregorianos que já havia ouvido, e logo uma delas percebeu minha presença. Possivelmente, tinha seus canais abertos e, assim, sorriu-me como a receber-me em seu espetáculo pessoal.

Eu me ajoelhei em frente ao banco e, fechando meus olhos, permiti que aquele cântico dominasse meus sentidos. Quando voltei a mim, notei que as três se retiravam altar adentro. Uma delas ainda olhou para trás e despediu-se sorrindo. Eu não sabia bem ao certo o que estava fazendo ali; apenas sei que o bem-estar que me foi proporcionado foi magnífico.

Logo, notei que, por entre os pilares que ali cercavam, mostrou-se um espírito. Enfim, alguém na mesma condição que eu. Ele aproximou-se, ajoelhou-se ao meu lado e fechou os olhos. Fez uma linda prece e silenciou-se, recuando ao banco atrás.

Eu o acompanhei. Dizia ele:

"Os cristais se quebram, mas sua energia permanece intocável. Sua essência não se rompe como seu físico. Ela apenas se ofusca, mas permanece intacta."

Aquelas palavras mostraram exatamente meus sentimentos. Meus olhos marejaram, e notei que aquele espírito havia se retirado. Levantei, fiz o sinal da cruz para a Santíssima Imagem do altar e me retirei.

Na porta, outros dois irmãos da Luz me aguardavam. Caminhamos pelo lado de fora, e logo me foi mostrada toda a verdade que partiria meu coração. Espíritos desistem de si mesmos porque sempre se confundem em seus sentimentos. O sono da vida terrena traz certo perigo para os espíritos que nela chegam. Porém, tudo continua e sempre há a possibilidade de reconhecimento.

Olhei pela última vez para dentro da igrejinha, antes de partir, e um maior sentimento me dominou: o perdão. Se todos entendessem o seu verdadeiro significado, os tempos seriam outros.

Meus dois irmãos da Luz eram dois alicerces que eu tinha no mundo iluminado. Eles carregavam livros espirituais com muitas páginas a serem escritas. Textos a serem redigidos, e toda aquela energia de onde estávamos era o que todos eles precisavam para cumprir suas obras.

Eu estaria com eles o tempo todo, e nós, juntos, estaríamos redescobrindo que todo cristal é inquebrável. Nossas decepções, que nos davam aquela dor, seriam transformadas em alegrias. Porque o tempo passaria, e o perdão é capaz de retornar para dentro daquela pedra preciosa todo o amor que a envolvia por muitos séculos.

Quem quer mudar consegue. Quem quer abandonar velhos hábitos pode fazê-lo. Ninguém é escravo dos seus costumes. Mesmo que tu estejas trincado por fora, tua essência ainda é digna do teu brilho. Seja um novo cristal a cada dia, mas seja de verdade.

Dali, continuamos a nossa jornada...

Seja humilde por toda tua vida,
AGNALDO SILVEIRA

Psicografado pelo médium Cláudio Delbiagi
Pelo Espírito de Agnaldo Silveira
15/10/2025
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